Eu tinha acabado de me arrumar para o culto, fiz uma maquiagem leve, mas que era perceptível aos olhos de quem me olhasse. E foi exatamente o que aconteceu. TimTim, com seus 3 anos e pouquinho (quase 4), entrou no quarto, olhou para mim e disse: ” - Você está bonita, mãe!”
Já posso erguer o meu troféu para alto, sorrir e dizer:”- Venci na vida!”
Não é que eu nunca tenha sido elogiada pelos meus outros dois filhos, ou por meu marido, mas acontece que a minha aparência, após a maternidade, declinou e impactou minha vida por completo, me deixando surda e cega a qualquer elogio.
Talvez nem todas as mães tenham a dificuldade que eu tive, mas meu maternar sugou todo o meu vigor a ponto de eu não me importar tanto com a beleza. Eu dava conta de todos da casa e o máximo que eu fazia por mim, era me vestir com a roupa mais prática de todas. Maquiagem, salto alto, e uma roupa mais sofisticada não faziam parte da minha rotina. Certamente, a maternidade não é a culpada de tudo isso, muitas coisas culminaram para o sentimento de desprezo por mim mesma. Eu deixei de me importar e não cuidava mais de mim. Nós, mães, renunciamos muitas coisas por amor aos nossos filhos e muitas vezes, a nós mesmas. Eu sei que há mães, que mesmo depois da maternidade, não deixaram de pintar suas unhas, passar um batom, usar saltos, cuidar do seu corpo, mas comigo não foi assim! Acontece que Deus se importa com suas filhas e aos poucos eu fui compreendendo as coisas que precisavam mudar aqui dentro. Deus nos criou, nos deu vida e nos deu dons e talentos.
A maternidade pode ser difícil algumas vezes, entretanto, se você observar atentamente, verá que Deus nos dotou de habilidades que vão além da nossa compreensão. Nossa feminilidade não pode morrer com a maternidade, nós devemos aprender a administrar o nosso tempo e em nossa lista de deveres diários não deve faltar o item: cuidar de mim mesma - tanto no físico como no espiritual.
Na gangorra
Vivi longos anos nesta gangorra: ora eu me orgulhava de mim mesma, me achando “a última trakinas do pacote”, ora eu estava sentindo pena de mim, e como um cão moribundo, lambia minhas feridas. E essas coisas refletiam em meu maternar, porque a raiz do problema resumia-se no seguinte pecado: idolatria do eu. Eu possuía uma visão totalmente distorcida de quem eu era e de como Deus me fez. Vivia em amor e ódio contra mim mesma. E tudo isso estava me levando a uma depressão. Eu tinha tudo, mas não era feliz! Mesmo diante dos elogios mais doces dos meus dois filhos (ainda não existia o TimTim), ou do carinho de um marido amoroso, ou a preocupação de uma irmã querida para que eu me arrumasse e cuidasse melhor da aparência, ainda assim, eu não conseguia ver beleza, ou me achar digna de cuidado. Eu fui de um extremo ao outro. Achava que era desperdício gastar qualquer centavo comigo; melhor era comprar algo para as crianças. E assim eu fui me deixando de lado. Foi em um Congresso de Mulheres, promovido pelo Ministério Fiel, que eu passei a compreender algumas coisas. Ouvindo a palestrante Norma Braga Venâncio, percebi o quão profundamente errada eu estava sobre quem eu era. Ali, ela me apresentou o verdadeiro sentido da beleza. Foi a partir desse momento, que uma chave virou dentro de mim e impactou o meu maternar.
A beleza importa
Depois que eu comecei a entender que beleza importa, meu olhar se voltou para o meu maternar: como eu iria ensinar o que é belo para os meus filhos, se eu não me importava com a aparência e nem ao menos sabia do que eu gostava ou o do que ficava bem em mim? Na verdade, eu nem sabia por onde começar. Sentia um certo medo de seguir influencers seculares e começar a ver a beleza de modo fútil. Então, passei a ouvir melhor o que Norma dizia sobre beleza. Me debrucei no mundo das cores e contrastes. E agora, eu gostaria de compartilhar com você mamãe, um pouco sobre o que eu aprendi e como isso tem tudo a ver com o Salmo que vamos estudar no artigo de hoje.
Karen Andreola certa vez disse: "A cultura materna é um modo de vida, é a arte hábil de como uma mãe cuida dos modos de sua casa. Com um pensamento amoroso, ela cria uma cultura em sua própria casa. Uma mãe se importa muito, então ela precisa cuidar de si mesma também. Depende muito de como ela gerencia sua vida. Já estava na hora, algo precisava mudar." A beleza importa.
Do contraste a cor
Outro dia, meu marido abriu o notebook e logo apareceu uma imagem de um Tucano-de-peito-amarelo. Ele logo exclamou: olha que lindo! Eu nunca tinha visto um Tucano-de-peito-amarelo, apenas o Tucano normal. Eu e meu marido ficamos admirando aquela proteção de tela. Realmente era muito bonito. E na verdade, todo tucano é bonito. Mas eu pensei como Deus é criativo, ele não apenas criou o tucano belamente, mas ele adornou alguns com lindas cores vibrantes! Se olharmos para a natureza, veremos todo o contraste que existe nela, e as inúmeras cores adornando as flores e animais.
Quando eu mergulhei em conhecer sobre imagem pessoal numa abordagem cristã, percebi que eu precisava olhar para a criação, e como o Criador na sua multiforme sabedoria, imprimiu beleza em toda ela. Você deve estar se perguntando aonde eu quero chegar, não é mesmo? Talvez você já tenha ouvido falar ou já tenha visto por aí aqueles vídeos onde a pessoa está com a consultora de imagem e ela vai colocando vários tecidos de variadas cores, de repente, você consegue perceber que algumas cores deixam a pessoa com a aparência cansada e outras com uma aparência mais saudável, digamos assim. Na consultoria de análise de coloração pessoal, uma das primeiras etapas é a identificação do contraste pessoal, e ele acaba direcionando para qual escala de cores, escuras ou claras que ficam mais harmônicas na pessoa. No entanto, não é o contraste pessoal que determinará a cartela de coloração de uma pessoa, como eu disse, é apenas a primeira etapa.
A natureza traz contrastes, as consultoras de imagem falam de contrastes, e, acredite se quiser, a bíblia também fala de contraste. Sem dúvida, você já deve ter visto esses contrastes na Palavra de Deus: vida e morte; luz e trevas; bom e mau; amor e ódio; santidade e pecado; justo e ímpio. E é sobre este último que eu gostaria de falar, e você já sabe, abra sua bíblia no Salmo 1 e separe um tempo para lê-lo, depois volte aqui e pegue o seu presente.
A cor da maternidade
O Salmo 1 é relativamente curto, mas traz grandes ensinamentos. Porém, como quero chamar sua atenção para o que é belo, vou te apontar para alguns contrastes que há nele, e assim poderemos descobrir qual a cor fica mais harmônica em nosso maternar.
Olhe para o verso 1, mais especificamente para a palavra bem-aventurado. Certa vez, ouvi a definição de que bem-aventurado significa extremamente feliz. Mas recentemente, li sobre essa definição de Martinho Lutero: “As bem-aventuranças são a porção do homem que permanece”. Eu logo me perguntei: Mas permanece onde? O verso 2 deste Salmo me responde: Na Palavra! Veja: Pelo contrário, o seu prazer está na lei do Senhor e nela medita de dia e de noite. (verso 2). Aqui vemos como é a vida do justo. O justo permanece na Palavra, tem prazer nela, por isso é bem-aventurado. Seguramente, ele não andará no conselho do ímpio, não se deterá no caminho dos pecadores e nem se assentará na roda dos escarnecedores. Por quê? Porque ele sabe que tudo o que ele precisa está na Palavra.
Muitas vezes, em nosso maternar, corremos o risco de seguir conselhos impiedosos. Às vezes, nós mesmas nos aconselhamos a seguir por determinado caminho, “pois simplesmente pensamos dessa forma e é assim que vamos conduzir as coisas”. Era exatamente isso que eu estava fazendo, eu tinha perdido a beleza do cuidado pessoal e falava para mim mesma “isso não importa!” Eu estava menosprezando algo importante: Deus me fez a sua imagem e semelhança, e quando eu me depreciava, consequentemente dizia: “Ei! Deus, eu não me importo com o que você fez aqui, não há valor algum!”
Muitos pensamentos vinham à minha mente, e muitos deles, sugestões de um mundo caído.
Nestes primeiros versos, nós vemos o contraste de um justo, alguém que permanece na palavra. Mas não para por aí, o justo também é comparado à árvore plantada. Leia novamente: plantada! Ele não é como a árvore silvestre que um passarinho derrubou a semente por aí. Não! O Justo é como a árvore plantada. E quem pode plantar o justo senão o próprio Deus. E onde, senão junto às correntes das águas, ele terá seu alimento para que no devido tempo, dê o seu fruto, mantenha sua folhagem e prospere?
O justo permanece em seu propósito, pois foi o próprio Deus quem o fez permanecer. Deus nos fez mães, e muitas de nós, Ele plantou integralmente no lar, para permanecer. Outras, estão tanto no lar, quanto fora dele, mas igualmente plantada por Deus com um propósito. “E no devido tempo darão seus frutos, suas folhas não cairão e certamente prosperará.”
O verso 4 nos mostra outro contraste: a vida do ímpio. Ele é como a palha – sem raiz; não permanece e seu fim é a destruição.
Aqui está o contraste: Justo e ímpio.
Recentemente estive em um Congresso que o tema era: Mulheres à moda de Deus. E pensei nisso em termos de maternidade: Maternidade à moda de Deus. Se desejamos maternar à moda de Deus, devemos ser mães justas.
Vocês devem lembrar que eu disse que o contraste é a primeira etapa para saber minha coloração pessoal. Mamães que vivem uma vida justa diante de Deus, certamente ficam bem de branco, mas elas não podem usar o branco sem antes ter vestido a cor vermelha, vermelha do sangue de Jesus. O contraste pode ser a primeira etapa na coloração pessoal, mas certamente aqui é o contrário: A cor define o teu contraste. Quem veste o vermelho do sangue do Cordeiro Jesus, vive na luz, têm vida, faz o bem, ama e tem uma vida santa.
Se em sua maternidade você não consegue ver o que é belo, porque é difícil agir com justiça, olhe para esse Salmo novamente. Ele primeiramente fala de um homem justo: Cristo. Porque ele é justo, podemos ser justas, porque n’Ele somos justificadas. Ele é o Bem-Aventurado e é o homem cuja plenitude todos receberam para que fossem abençoados. “Ele é o primogênito de muitos irmãos”. (Romanos 8.29)