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SALMOS PARA MÃES – MATERNANDO COM TRANQUILIDADE



Parece ironia o título desse artigo, pois o meu maternar não é nada tranquilo. Eu me vejo muito mais, maternando na ansiedade do que na tranquilidade. Mas estou certa de que Deus me chamou para tornar-me mais parecida com Cristo, e eu sei que este é um trabalho árduo de mudanças de hábitos, de renovação da mente, de deixar o velho homem ir, de morrer para o “eu” diariamente. Então, eis-me aqui, escrevendo sobre algo que é minha luta diária.


Esta é minha inquietação: é possível maternar com tranquilidade? Mais que isso: é possível maternar com tranquilidade em um mundo conturbado?


UM CHAMADO ESPECIAL

  

Em minha leitura anual da bíblia (esse ano não irei falhar, amém!) eu passei pelo Salmo 39 e tive a certeza de que era sobre ele que eu queria escrever para o próximo artigo. Por isso, gostaria de convidá-la para fazer a leitura desta passagem. São só 13 versículos. Vamos lá? Eu espero.


Leitura feita, então vamos conversar um pouquinho? Não sei se os versos 4, 5 e 6 te saltaram aos olhos, mas para mim, foram estes versos que chamaram a minha atenção. Resumidamente, eles falam sobre como a vida é passageira, é vaidade – um sopro! O verso 6 enfatiza exatamente o resumo da ópera: "nossas inquietações não dão em nada". Então por que estamos constantemente agitadas? Nos preocupamos com questões, obviamente plausíveis, mas que de uma forma ou de outra, se resolverão, e ainda assim, elas nos tiram o sono.


Lembro-me de certa vez estar frustrada com Deus, pensamentos irados iam e viam na minha cabeça, foi quando comecei a conversar com meu marido e ele me aconselhou, em um tom de admoestação, a ter cuidado com o que eu iria dizer. Eu já estava irritada e tal conselho soou como a gota que faltava para o meu copo de incredulidade transbordar. E ele transbordou em palavras malditas de murmuração. Sabem, não é nada fácil, e dói muito ter que limpar a bagunça depois, e eu deveria saber muito bem disso. Mas o que foi feito, foi feito. Agora restava um coração envergonhado e arrependido se achegando diante de um Deus santo, puro, perfeito, fiel, mas também misericordioso, e receber o perdão. Pois é, ali estava eu, e aqui está Davi diante do mesmo Deus.


 O salmista inicia este Salmo com uma resolução firme: “Tomarei cuidado com o que faço e não pecarei no que digo.” (verso 1) Ou seja, ele estava absolutamente convencido de que silenciar era a atitude correta em meio as situações difíceis. Ter cuidado com suas palavras era prudente. No entanto, esse silêncio, embora motivado pelo que é certo, trazia para o salmista uma certa angústia (verso 2). O passo seguinte definiria se sua atitude seria correta ou não.


Você pode explodir em ira como eu explodi, ou poderá agir como o salmista, reconhecendo quem ele é e a brevidade da sua vida, compreendendo assim que o Senhor é sua única esperança.


Nós somos chamadas a confiar na única esperança para as nossas vidas: Cristo! Maternar é sobre onde ponho minha esperança. Nós não recebemos a graça da maternidade para fazermos dela um peso para a vida. Somos chamadas a silenciar no devido tempo, para refletir sobre a melhor atitude diante de quaisquer situações, para agir de forma correta: levar aquilo que eu não posso resolver até a minha única esperança – Cristo! Esse é o chamado especial, um chamado para o descanso de nossa jornada maternal. Há tempo para silenciar, agir e esperar, embora a vida seja breve, lembremo-nos de que Cristo é eterno!


DISCIPLINA! COMO TE ALMEJO! 


Desde que Adão e Eva comeram do fruto proibido e o pecado adentrou no mundo, nossa vida anda meio que complicada, eu diria. Digo meio, porque para nós cristãos, salvos e remidos pelo sangue do cordeiro Jesus, já não há condenação, não seremos condenadas para a punição eterna: a morte! Não! Em Cristo passamos da morte física para a vida eterna. E se nossa vida é breve, e certamente é, nosso maior anseio deve ser de que cada minuto dessa vida seja vivido para a glória de Deus.


Glorificar a Deus com as nossas vidas exige de nós disciplina. E andar disciplinadamente é andar em obediência à regras. Regras que muitas vezes nosso coração rebelde não quer cumprir. E ora, ora, se não somos as mães que estabelecem regras e mais regras, que são constantemente quebradas e negligenciadas por nossos filhos, sendo confrontadas com o simples fato: somos iguaizinhas a eles. Sim, erramos! E endurecemos os nossos corações quando confrontadas, porque – vejam só – eu sou a mãe, e mães não podem errar!


Somos consumidas pelo peso do pecado. A alegria de um coração salvo pela graça, se esvai em lágrimas, afligido pelas consequências da rebeldia. Davi, mais do que ninguém, sabia o que era ser castigado por Deus; as consequências do seu pecado foram duras, a ponto de sentir que sua vida não passava de um sopro. Quando Deus nos disciplina, pode ter certeza de que Ele usa de misericórdia para conosco. Nossos pecados geram consequências, e se não os confessarmos ao Senhor, isso nos consumirá a vida. A boa notícia é que Jesus já foi punido em nosso lugar. Sendo nossa vida passageira e nossos pecados punidos em Cristo, por que nós perdemos tempo nos afligindo e nos angustiando, em vez de confessarmos nossos pecados e voltarmos a nos deleitar e viver para a glória de Deus?


Quando sentires as aflições no seu maternar, examine seu coração, há algo a ser confessado, para se arrepender e pedir perdão? Então não se demore, Deus te aguarda cheio de graça e compaixão, para perdoar. Ele está te moldando para usá-la para glória d’Ele. 


UM NINHO VAZIO 


Eu meditava no Salmo 39, principalmente nos versos 4, 5 e 6, enquanto lavava minha louça. Observei que um sabiá rondava minha varanda, imediatamente parei o que eu estava fazendo para descobrir o que eu já suspeitava. Bem, há alguns dias, (talvez bem distantes) descobrimos uma colmeia de abelhas no teto da varanda, chamamos um apicultor para removê-las, porém, ele precisou fazer um pequeno buraco no teto. Buraco feito, abelhas retiradas, agora era fechar o buraco, tarefa esta que entrou na lista “eu vou consertar” do meu marido. E como um bom marido que ele é, certamente ele irá consertar um dia (ninguém sabe quando, e eu espero que ele leia esse artigo – risos). Aproveitando a paciência do meu marido (ou seria providência?), um casal de sabiás encontrou um lugar perfeito para o seu ninho. Quando eu larguei tudo que estava fazendo naquele dia para descobrir esse feito, acompanhei várias vezes que eles deixavam o ninho em busca de alimento ou estavam cuidando de longe, contra possíveis predadores. Lembrei-me do que Jesus disse: Observem os pássaros. Eles não plantam nem colhem, nem guardam alimento em celeiros, pois seu Pai celestial os alimenta. Acaso vocês não são muito mais valiosos que os pássaros? (Mateus 6:26)


 A vida é um sopro, um dia o ninho estará vazio, como muito em breve o ninho no teto da varanda ficará. O dia que temos é o hoje, o que será dos nossos filhos, a Deus pertence. O que podemos fazer agora é tudo o que está ao nosso alcance, mas sem nos esquecermos de depender da graça de Deus, afinal, somos mães pela graça, chamadas a maternar com tranquilidade pois quem nos sustenta não dorme e é eterno. 

3 Comments


Guest
Feb 14

Maravilhoso!

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Guest
Feb 10

Maravilhoso 🙌

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Guest
Feb 09

Uau!! 🤍

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