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Writer's pictureBRUNA DIAS

Que mãe sou eu na estrada da educação?



Lá fora, uma chuva torrencial varria as ruas, e aqui dentro, no profundo do meu coração, senti aquela mesma chuva; a sensação era de que a minha alma estava sendo lavada.


Nesse instante, os mais diversos tipos de pensamentos rodopiavam a minha mente.


Já fazia um bom tempo que uma certa inquietude estava roubando a cena, fazendo com que eu refletisse sobre alguns contextos nos quais eu estava inserida. Num profundo sentimento de incapacidade, me vi fracassando em algo que algum tempo atrás, estava sob controle — pelo menos ao meu ver. Enganada estava.


O fracasso na condução da formação educacional da minha filha estava me consumindo. Me percebi sendo a mãe que eu mais temia ser: a autoritária, intolerante, exigente e durona. Meu coração doeu. Senti o amargo sabor de me sentir autossuficiente.


Estava completamente apegada ao conhecimento literário que adquiri durante os anos em que caminhei como mãe de primeira viagem. Teoricamente, eu sabia que o caminho não era esse. O apego ao conhecimento por si só, não me tornava uma mãe sábia.


Aprendi que para ser sábio é necessário a aplicação correta do conhecimento. A sabedoria é o conhecimento aplicado.


Em se tratando da formação de outro ser humano, não basta conhecimento ou sabedoria. É primordial caminhar na graça.


À duras provas, após a chegada do meu segundo filho, todas as minhas falhas mascaradas, vieram à tona. Numa versão ampliada e corrigida.


É bem verdade que após nos tornarmos mães, passamos a enxergar nossos próprios defeitos com muito mais clareza. No entanto, com a chegada do segundo, do terceiro, do quarto, ou seja lá quantos forem, todos esses defeitos são ampliados como se estivessem sendo vistos por uma lupa. E isso é assustador, ou melhor dizendo, constrangedor.


Como lidar com os próprios fracassos?

Parece que juntar os cacos do que restou, seria uma boa solução. Foi o que pensei.


Tentei dar um "jeitinho brasileiro", me policiando aqui e ali. Por alguns dias, o combinado pessoal de agir conforme o script dava certo, mas analisando o contexto, faltava algo. Juntar os cacos não bastava. Tentar colar com "Super Bonder", não era a solução. Vez após vez, os cacos reapareciam, e ainda mais fragmentados.


Então, no ápice do fracasso, reconheci que eu jamais poderia alcançar o êxito naquilo que eu desejava, apegando-me à mim mesma. Foi um soco no estômago.


Teoricamente, todas nós sabemos dessa verdade. Mas no calor das emoções da vida acontecendo, a gente tende a levar as coisas no automático. E uma hora, minha amiga, o até então "suportável", torna-se insuportável. É necessário remover a pedra do sapato.


Reconheci com todas as letras, as inúmeras tentativas fracassadas de "me consertar", e o que faltava se tornou claro e cristalino como a água: entregar todos os cacos nas mãos de quem poderia refazer o vaso, o oleiro.


"És como um vaso

Que se quebrou nas mãos do oleiro

Mas o oleiro vai te refazer

Eu vou curar você".

(Gerado no Altar, Samuel Messias)


Repetidas vezes eu ouvi essa canção, e, esse trecho em especial, trouxe refrigério ao meu coração. Eu me senti exatamente como esse vaso. Sendo refeito nas mãos do oleiro.


Então, toda aquela sensação de fracasso estava se esvaindo, ao mesmo tempo que eu compreendia que caminhar no meu próprio entendimento, era o mesmo que me jogar de um despenhadeiro.


O Senhor estava me convidando a caminhar por fé, afinal, Ele é suficiente. Me senti abraçada, acolhida e resgatada.


Querida mamãe, você não é autossuficiente, pelo contrário, você é insuficiente, e não importa o quanto você estude sobre formas e métodos educacionais. Você vai fracassar.


O que irá garantir a eficácia na educação dos seus filhos, será o seu apego às Escrituras, e não o quanto você já estudou sobre educação.


Caminhar por fé nos exige relacionamento íntimo com o Senhor. Diariamente.


Negligenciar nossa comunhão com Deus, com a desculpa de não termos tempo para tal, com o tempo, rouba a nossa paz e a alegria de saber que fomos perdoadas, e que não existe nada que façamos ou deixemos de fazer, que altere o amor do Pai para conosco.


Portanto, "conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo. Tão certo como nasce o sol, ele aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno, como as chuvas de primavera que regam a terra. " (Oséias 6:3, NVI)


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