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Writer's pictureLorena Amorim

O poder da mesa na introdução alimentar



"Educar filho é difícil demais!"


Que mãe nunca disse essa frase? Ou, que mãe não concorda com isso?


É até bem fácil pensar de onde vem um pouco dessa complexidade se pontuarmos os elementos mais importantes a serem considerados na jornada de mães cristãs: a dependência de Deus que deveríamos ter em relação à tudo; e a necessidade de sermos exemplo para os nossos filhos em tudo o que desejamos que eles aprendam. Ou seja, é bem difícil abrir mão do meu controle para entregar todo controle a Deus. Como também é difícil buscar e permitir as transformações necessárias para que eu seja um bom exemplo a ser seguido.


E se refletirmos sobre isso considerando uma fase bem específica na vida dos nossos filhos: a introdução alimentar? Será que esses pontos também são válidos? Devo confiar essa fase desafiadora aos cuidados de Deus, ou Ele não tem nada a ver com isso? Os meus próprios hábitos alimentares podem ter algum impacto na educação alimentar do meu bebê?


"Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam. Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela." (Salmo 127:1)


Nós edificamos a nossa casa, mas o Senhor também o faz. Existem responsabilidades que são nossas, mas o Senhor não pode ser excluído do processo. Porque Deus guarda, não significa que não tenhamos que nos dedicar, buscar instrução, sermos intencionais em fazer o que precisa ser feito e da melhor maneira. Será excelente estar bem informada sobre os métodos de introdução alimentar existentes, mas ainda mais excelente será contar com o fruto do Espírito Santo produzido em nós, nos momentos de tensão e cansaço, em que o bebê não aceita comer e que a bagunça dos legumes espalhados pelo chão alcança o nível máximo. Abrir mão do controle para buscar ajuda do nosso Conselheiro e Consolador nessas horas pode ser libertador!


Outro aspecto que nós, mães, temos a tendência de tentar controlar, é a quantidade de comida a ser ingerida pelo bebê. Deus formou nosso organismo de maneira extraordinária, com mecanismos sofisticados que emitem sinais de fome e saciedade. Portanto, não insista quando seu bebê não bater o pratão que você esperava. Uma instrução que eu queria ter tido para ter errado menos na introdução alimentar dos meus filhos é a de que o leite materno é o principal alimento até que o bebê complete seu primeiro ano de vida. Enquanto isso, seu papel, querida mãe, é apresentar os alimentos com regularidade, oferecendo uma variedade de texturas e sabores. Tenha em mente que ele está aprendendo a se alimentar e isso é um processo.


Quanto ao princípio divino do exemplo, o encontramos nas instruções do apóstolo Paulo em suas cartas, como também nas orientações do próprio Jesus aos seus discípulos. Eles diziam que seus seguidores deveriam ser seus imitadores. Eles ensinavam por meio de suas atitudes. Ao nos criar, Deus nos dotou de capacidade para aprender através do que vemos e ouvimos. E isso é algo realmente poderoso!


Você pode argumentar que bebês almoçam e jantam cedo, diferente do horário habitual dos pais, e que isso justifique o fato de alguém ficar com o bebê enquanto cada membro da família se alimenta sozinho... Mas é justamente aí que entra a importância do EXEMPLO: observar os pais ou irmãos comendo promove muito aprendizado durante a introdução alimentar. Minha sugestão bem prática é posicionar a cadeira do bebê próximo à mesa durante a refeição da família, ainda que ele já tenha se alimentado mais cedo. Faça isso até que os horários das refeições de todos comecem a coincidir. Outra recomendação é investir em uma cadeira de alimentação própria para o bebê. Este, definitivamente, não é um item supérfluo quando compreendemos o poder da mesa! Dentre tantos modelos disponíveis no mercado, a escolha do tipo de cadeira acaba sendo mera questão de preferência. O que considero importante mesmo é que seu uso frequente terá impacto relevante sobre os hábitos alimentares a serem formados. É o que irá permitir o contato visual do bebê com seu cuidador para estabelecer o vínculo afetivo, para facilitar aos pais a percepção dos sinais de saciedade da criança, como possíveis engasgos e outras reações. Também dá oportunidade para a criança aprender que há um lugar específico para o momento de se alimentar. Poderá ser mais difícil, por exemplo, habituar a criança pequena a permanecer sentada à mesa para comer, se, quando era bebê, comia rotineiramente no seu carrinho de passeio.


Ainda sobre esse princípio, poderia discorrer longamente sobre a importância dos pais fazerem boas escolhas alimentares. Mas direi apenas que seremos incoerentes e infrutíferas em esperar que o bebê aprenda a se alimentar adequadamente, com variedade e qualidade, se nossa própria alimentação está longe disso.


Concluo lembrando que, a oração de gratidão pela refeição pode e deve estar presente à mesa desde a introdução alimentar. Guardo com muita alegria o vídeo de um dos meus filhos com apenas um aninho de idade, gritando "Obrigado, Jesus!" com os bracinhos para cima diante do seu pratinho.


Enquanto seu bebê cresce, ele verá, através do EXEMPLO dos pais, que de fato sua família DEPENDE de toda a provisão de Deus!


Ouvi certa vez alguém dizer que "para ensinar, você só precisa saber, mas para educar você precisa ser".


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