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Writer's pictureBRUNA DIAS

Mãe redimida



Outro dia, enquanto ouvia o primeiro episódio da nova série do Podcast do Mães Pela Graça, refleti profundamente sobre meu próprio maternar. Em meio àquele devaneio, anotei alguns insights sobre o assunto em questão: "A fase mais difícil da maternidade".

 

Olhei para trás, lá no início, quando tive minha primeira filha, ou seja, quando me tornei a famosa "mãe de primeira viagem". Quando a inexperiência me abraçava forte, e eu, presa em minha própria ingenuidade maternal, apegava-me ao bom e velho amigo "instinto materno".

 

Sorri com o canto da boca, e vi escancaradamente o quanto eu romantizava o "ser mãe". Minhas verdades eram absolutas, eu virava um leão quando terceiros queriam "meter o bedelho" onde não eram chamados. Quanta ingenuidade. De fato, eu estava perdida em mim mesma.

 

Apesar das diversas fases experimentadas, a conclusão era a mesma: que fase difícil — e ainda é, hoje, em outra esfera.

 

Até que, nasceu o meu segundo filho. Já foi um avanço, eu me tornei a tal "mãe de segunda viagem". A meu ver, essas expressões não definem muita coisa, pois cada experiência é única. Claro que em relação aos cuidados, tudo fica mais fácil, e não somos guiadas duramente pelo "instinto". A voz da experiência fala mais alto após o segundo filho.

 

Como se houvesse um grande divisor de águas, entre a experiência do primeiro e o segundo filho, a nossa visão vai se tornando menos turva. Os "pré-conceitos" vão se dissipando.

 

Percebi que com a chegada do meu caçula, minhas raízes começaram a se aprofundar. Na dependência total, não de mim, não em meus achismos ou no instinto maternal, mas nEle. A chave virou.

 

Passei a não mais romantizar a maternidade, pois ela é um campo espinhoso, apesar de toda beleza. Afinal, uma rosa também tem espinhos.

 

Parafraseando a conclusão do episódio em questão: toda fase será difícil, completamente difícil, se não estivermos com os nossos corações centralizados na "boa, perfeita e agradável vontade de Deus" (Romanos 12:2).

 

Não romantizar a maternidade, não é sinônimo de demonizar as fases desafiadoras; é sentir em cada desencontro, a boa mão do Senhor redirecionando a rota. É, sobretudo, entendermos que somos mães redimidas, pela graça.

 

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