Andei ensaiando o que escrever, e não dá pra negar, a inspiração fugiu de mim. Porém, veja que icônico, ao mesmo tempo em que me sinto "zero inspirada", a necessidade de "parar o mundo" para discorrer sobre algo, tem surgido como uma avalanche.
Essa terceira gestação tem me deixado bastante introspectiva, ainda mais sentimental, e sobretudo, cansada. Tem muitas vozes ecoando em minha mente. Eu sei, preciso silenciá-las, para então, ouvir a única que importa.
E a pergunta que faço a mim mesma é: como fazer isso, se tenho falhado miseravelmente na devoção com Cristo? Fraca e vulnerável, é assim que tenho me sentido com essa onda de enjôos que parecem nunca ter fim. Agora, com dez semanas de gestação, as náuseas estão sendo mais suportáveis; contudo, existem dias e dias.
Não quero ser uma mulher negativa, mas já tenho sido, quando observo o meu entorno e foco no desequilíbrio dos pratinhos. Como é difícil!
De tantas fases já vividas, essa é só mais uma, sendo escrita pelas mãos de Deus, eu tenho plena convicção. Vai passar, é necessário passar pelo processo.
Eu não fazia ideia de como seria gerar pela terceira vez, e confesso, tem sido uma caixinha de surpresas. Vez ou outra, interrogações sobre um futuro bem próximo, tentam me fazer temer o amanhã. Então eu me lembro que o amanhã não pertence a mim, basta cada dia o seu mal (Mateus 6: 34).
Hoje, espreitando a décima sétima semana de gestação (5° mês), consigo sentir alívio. Todos os desconfortos iniciais da gestação estão se esvaindo. Os enjôos cessaram, e especialmente isso, me trouxe de "volta à realidade". O simples fato de poder comer e tomar água normalmente, já traz um equilíbrio surreal.
Parando para "digerir" todo esse comecinho, chego a seguinte conclusão: gerar é um processo de desconforto.
Tendo em vista que esse gerar não se limita a gravidez, quero te dizer, querida leitora, que embora você não esteja grávida, mas parando para observar minuciosamente o seu entorno, você perceberá que está gerando algo, e esse algo pode estar te causando desconfortos. Alguns suportáveis, já outros, bem desafiadores, no entanto, não deixam de serem desconfortáveis.
O desconforto anda de mãos dadas com o crescimento. Crescer doi. E ao mesmo tempo, proporciona tanto bem estar, depois da fase difícil, que até nos esquecemos, por alguns momentos, do que experimentamos anteriormente.
Agora vem a cerejinha do bolo: paciência!
Em algum momento, eu escrevi o que pude aprender através das minhas gestações anteriores; mais precisamente, o que o Senhor me fez aprender, e que não sabia o que Ele queria me ensinar dessa vez, com a chegada do terceiro filho. Hoje, percebo claramente que estou sendo forjada para aprender a ser paciente.
Muitos me consideram um poço de paciência, mas não sou. Eu treino a paciência, ela é uma busca constante em meu caminhar. No entanto, quando me sinto vulnerável, no sentido emocional, a falta dela me traz um desequilíbrio totalmente absurdo. Então, percebi que todas as oscilações que tenho enfrentado durante esse gerar, já estão me mostrando o caminho.
"Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração." (Romanos 12: 12 NVI)
Eu acredito que essa busca pela paciência seja unânime entre nós, mães. Então vamos refletir em alguns pontos que norteiam essa busca, através de uma observação mais detalhada do versículo que citei:
Alegrar-se na esperança de que fases são passageiras;
Ser paciente em meio aos desequilíbrios, aos desconfortos, às dores;
Permanecer em oração.
A Bíblia é uma fonte inesgotável, e cada vez que eu busco uma resposta e encontro nela o que preciso, me constranjo. Percebe que ela nos revela lições práticas de como executar a tarefa?
Parece ser bem simples, mas só é possível se formos diligentes na comunhão com Deus através da oração.
A oração nos transporta para a transformação.
"Ahhh, eu não consigo orar!", pode ser que algumas de vocês estejam se lamentando. E eu não ignoro o seu lamento, todas nós passamos por vales sombrios, onde a oração parece ser algo desconexo e muitas vezes consideramos impossível. Seja por falta de vontade, falta de tempo e tantas outras justificativas que parando pra pensar, na verdade, são injustificáveis.
Em nossa cabecinha ocupada, criamos um cenário perfeito, onde só é possível orar tendo tais condições favoráveis. Cá entre nós, condições favoráveis não existem. O que existe é um coração movido pela necessidade. Eu preciso orar. Ponto.
Alí, no dia a dia, na "correria nossa de cada dia".
Lavando, limpando, passando, cozinhando, alimentando, enfim, dentro de nossas atividades corriqueiras.
"Eu preciso orar."
Quando essa certeza estiver bem inculcada em nosso interior, orar se tornará tão necessário quanto respirar.
Vamos juntas?
E lembre-se, gerar trará sim inúmeros desconfortos, no entanto, são passageiros, portanto, alegremo-nos!
A paciência nos espera bem depois de uma avenida chamada oração.
Que lindo! Gloria a Jesus!! De fato, a busca por paciência é, pelo menos aqui, um alvo diário! Obrigada por essas palavras!!