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Writer's pictureBRUNA DIAS

Expectativas X Natal



Quando a Angélica, minha filha mais velha, tinha dois anos de idade, iniciei uma nova tradição em nossa família: celebrar a chegada do natal com intencionalidade. E, o Calendário do Advento se tornou um evento marcante para esta época do ano.


E por falar em Dezembro, estive pensando em como, inevitavelmente, criamos altas expectativas para que este mês seja incrível – bingo! –, e na corrida de “São Silvestre”, que acabamos percorrendo por livre e espontânea pressão que o final de mais um ano trás consigo.


Você se enxergou nesta corrida?

Calma aí, respira!


Feche os olhos, inspire profundamente, segure o ar e conte até três. Agora, lentamente, solte este ar e sinta toda tensão se esvair. Repita quantas vezes quiser, é um exercício maravilhoso que eu aprendi com uma amiga psicóloga. 


Me vi praticando este exercício respiratório por diversas vezes neste final de ano.


Eu sei que o cansaço bate a porta, e quando ele bate, eu tenho a sensação de que desconheço a minha própria identidade.


Quem nunca?


Estamos caminhando para a conclusão do nosso quarto advento por aqui, ou seja, é o quarto ano consecutivo de uma tradição que foi iniciada em 2020, e devo dizer que muita coisa mudou. Ano passado, realizamos esta celebração de acordo com a realidade que enfrentávamos; com um bebê recém chegado, e uma mãe puérpera tentando se encontrar em sua nova rotina familiar. Ou melhor, tentando criar algum tipo de rotina.


Falhei por alguns dias, na tentativa de equilibrar os pratinhos, e com a boca, segurar um ovo na colher. Que desafio!


Este ano, quase que nossa tradição familiar se tornou uma estrela brilhante de um sonho encantado. Claro que eu não deixei a peteca cair, e apesar de todos os pesares, foquei no principal: Cristo.

Enquanto eu ajustava as minhas lentes, e focava nEle, percebi meus desajustes.

 

Percebe como é fácil nos perdermos em nossas expectativas?

É que queremos oferecer o melhor, fato.


Queremos isso e aquilo. Precisamos disso e daquilo. Temos que comprar isso e aquilo. E nisso, o “isso e o aquilo” vão roubando a cena. Enchendo os nossos corações de quinquilharias, quando na verdade, deveríamos estar realizando aquele destralhe anual.


Muitas coisas fugiram do meu controle, e aposto que do seu também, e cá entre nós, será que possuímos algum tipo de controle dessa vida? Evidentemente não. E isso é plenamente comum e normal. Somos falhas, errantes e imperfeitas.


Vivemos num mundo caído. Falho, errante e imperfeito.

E nessa, o foco não deve estar no pinheiro de natal – que a propósito, eu ainda não tenho – , ou na programação antecipada do menu que será servido na ceia.

Eu prefiro arroz sem uvas-passas, mas se você é do time que prefere com, está tudo bem. O foco não é esse. Entenda.


Olhe para o seu coração, mamãe. Como andam as coisas por aí?

O meu estava pesado, confesso, e este foi um dos motivos que me fizeram discorrer sobre expectativas x natal. Minhas expectativas estavam lá no alto, mas quando percebi que não iria dar conta de tudo aquilo que eu estava planejando, zerei todas.

Difícil tarefa.


Lembro-me que fiz uma oração ao Senhor, pedindo por direção. E no dia seguinte, Ele me trouxe à memória uma palavra de força e encorajamento, enquanto eu observava os pés do meu filho caçula, que ainda engatinha, e estavam sujos.


Me vi sendo uma mãe carregada pelo sentimento de autopiedade. Quando na verdade, o Senhor estava me convidando a "levantar as mãos cansadas e endireitar os joelhos vacilantes" (Hebreus 12: 12 – 14).


Ei, mãe, levante-se, respire!

Lembre-se de ajustar suas lentes.


O que deve mover o seu coração para a época mais amada do ano, não é a causa, é o motivo. E o motivo é Cristo.


“Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz.”

Isaías 6:9 (NVI)


Zere as expectativas, não corra, caminhe.

Realinhe seus anseios. Faça uma oração, e mais outra, e mais outra. Quantas forem necessárias, mas faça.

Então você verá que todo aquele peso no seu coração, era na verdade, cansaço. Portanto, descanse, fuja da autopiedade. Seja fortalecida para tomar boas decisões e guiar a sua família para a glória de Deus.


Boas festas!


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