Durante as últimas semanas que antecederam essa crônica, me vi cercada de informações que me reportaram ao cabo da realidade em que vivo hoje. Mesmo exercendo diversas funções, além de ser mãe e esposa, sem sombra de dúvidas, ser "dona de casa" é a que mais me denota.
Dito isto, esse é o ponto que norteou meus pensamentos para discorrer sobre essa decisão: ser dona de casa, ou, se preferir, administradora do lar em tempo integral. Percebi que existe uma certa resistência da grande maioria das mulheres quanto a decisão de se voltar ao lar. O lar em si, parece ser um lugar desprezado, de pouco valor. Ou, quem sabe, de auto-abandono.
Eu mesma, já fiz parte da lista dessa "grande maioria", que desprezava estar em casa. Existia muita vida para ser vivida, ou melhor, conquistada, fora de casa. Meus sonhos gritavam por realizações pessoais e profissionais.
Até que, o Senhor resgatou-me de mim mesma, apesar da minha resistência e teimosia; fui em obediência, depois de entender à duras provas, que Ele sempre soube do futuro e do agora. É claro que Ele quer o meu bem. A contragosto eu aceitei, e inicialmente foi bem difícil abrir mão de "tudo" por obediência a Ele.
Com o passar do tempo, as coisas começaram a fazer sentido, e ao invés de reclamar, agradeci. E hoje, aqui estou, caminhando feliz e grata por tanto desenvolvimento, e principalmente, amadurecimento.
Não que eu seja um exemplo a ser seguido, e de maneira alguma quero levantar a bandeira de que para viver em obediência, ou ser a mulher que verdadeiramente agrada ao Senhor, é necessário se abster de carreira e profissão.
Existe um direcionamento individual para cada família, e cada mulher. Seja em casa ou fora dela, a verdadeira motivação deve ser agradar ao Senhor. Glorificar ao Senhor em todas as esferas da nossa existência é o objetivo principal da experiência terrena que vivemos.
O fato é, eu não cumpro o meu chamado unicamente sendo aquela que se porta discretamente, com modos que se limitam a beleza exterior, ou a regras de etiqueta que uma mulher cristã, ou melhor, uma princesa da Disneylândia deveria seguir à risca. Embora eu deva fazer boas escolhas sim, quanto ao meu modo de exalar o bom perfume de Cristo, o meu interior precisa estar fundamentado na Palavra. Caso contrário, eu crio conceitos e absorvo ideias que não se adequam a singularidade daquilo que Deus tem estabelecido para mim.
Quero lhe trazer um lembrete, já que o foco aqui são as mães. Para que você seja a mãe que agrada ao Senhor, não é necessário ser mãe de um time de futebol (seja grata pelo um, dois ou três filhos que você tem), ser adepta a uma dieta ancestral (seja grata por ter alimento, mesmo não sendo o que gostaria de comer), morar no campo (seja grata por ter um teto), acordar ao som do galo cantando às 5h30 da manhã — alô, rotina perfeita! — (seja grata por acordar e desfrutar da manhã), andar por aí de vestido floral, saia midi e todo aquele look romântico de uma verdadeira lady (seja grata por não ser igual a todo mundo, você é única), educar os filhos em casa, ou melhor, praticar o famoso homeschooling (seja grata por seus filhos estudarem), e por aí vai, eu poderia ficar horas e horas incluindo novos itens a essa lista crescente.
O que eu quero lhe dizer é: não se compare com a mãe "Y", "X" ou "Z". O currículo da mãe ideal, da mulher virtuosa, vai além de uma lista comportamental.
O maior exemplo de feminilidade, em todas as facetas que uma mulher possa ter, à luz das Escrituras, é um coração transformado, que mesmo não entendendo os porquês, segue em obediência ao chamado de Deus, seja ela dona de casa integralmente ou não.
"[...] mas a mulher que teme ao Senhor será elogiada ". (Provérbios 31:30 NVI)
Como é bom se deleitar nas verdades de Deus para nossa identidade e chamado. Amei o texto.
Bruna, amo seus textos 🫶🏻