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Writer's pictureBRUNA DIAS

Deus que me livre de uma vida vazia e sem sentido


Olho para o pratinho de sobremesa vazio, após comer uma bela fatia de um bolo de chocolate; observo o solzinho da tarde, apesar do inverno, e me dou conta de que estou tendo um momento bem atípico no meu dia. Me permiti saborear um pedaço de bolo na área de casa, observando o vento balançando os galhos das árvores e algumas folhas serem arrastadas pelo chão. E, claro, um silêncio convidativo era a base de pensamentos soltos, e a playlist “Clássico Leve”, no Spotify, ambientava toda essa cena da melhor forma possível.


Me lembrei de momentos em que eu era mãe apenas de uma criança, e nossas tardes eram bem mais tranquilas assim. Às vezes, eu sinto falta desse “ter mais tempo”, mas eu sei que num futuro bem próximo, desfrutarei até cansar de tardes, dias e noites ociosas. Pra hoje, o que tenho são alguns minutos de solitude, naquela: “o que eu faço agora?”, já que tratam-se de períodos totalmente atípicos num dia a dia cheio e barulhento.


E como num devaneio, sou despertada pelo choro estridente do filho do meio, me trazendo à realidade.


Parece que a alegria da mãe cansada dura pouco, quando na verdade, a alegria da mãe cansada é ter justamente do que se ocupar de forma produtiva e menos egoísta, eu diria que de maneira sacrificial. Não que alguns minutos de sossego, calmaria e solitude sejam ilícitos, muito pelo contrário, eles nos fazem lembrar da nossa missão: um vida com propósito.


Temos um propósito muito peculiar como mães, e isso me faz lembrar de uma frase que me marcou: “filhos não nos dão trabalho, eles são o trabalho.”


Para quem leva a criação de filhos como um fardo, a grande verdade é que através da maternidade, descobrimos o que é o amor sacrificial, aquele que Cristo nos revelou através da cruz do calvário, pois amar verdadeiramente envolve renúncia e sacrifício. Veja bem, é notório o quanto deixamos de ser as mesmas que éramos antes. Eu prefiro mil vezes, mesmo capengando aqui e acolá, a versão Bruna, mãe de três (com o terceiro ainda no forninho), de hoje, do que a que tinha todo tempo do mundo, antes dos filhos, de ontem.


Na cultura da sociedade moderna, ter filhos é um atraso de vida, quando na verdade, você e eu bem sabemos que é correr anos luz à frente de uma sociedade corrompida, em busca do real sentido do cristianismo.


Amor, perdão, renúncia e sacrifício é igual à santificação. Todos os dias, Cristo nos santifica um cadinho mais de nossas miserabilidades, através de pequenas criaturinhas que nos chamam de “mamãe”.


Eu desejo todos os dias, ser menos de mim, e mais dEle, pois quando a minha carne quiser fraquejar durante a caminhada, gentilmente, Ele me segurará bem firme pelas mãos e endireitará os joelhos vacilantes.


Existem dias em que sorrio de canto a canto, com o peito transbordando de felicidade, me sentindo uma mãe extraordinária. Porém, existem dias em que a culpa do mal feito ou do não feito, me dá um soco no estômago, me fazendo retornar aos pés da cruz e clamar por misericórdia.


Esse é o retrato realista de uma vida que reconheceu que não existe absolutamente nada de bom em nós mesmas, do que verdadeiramente se orgulhar.


Por que dEle, por meio dEle e para Ele são todas as coisas. “Soli Deo Gloria”, somente a Deus a glória.


Não adianta nos orgulharmos disso e daquilo, como se fosse fruto de nossas próprias mãos, a nossa carne é limitada, vira e mexe nos dá uma rasteira revelando de fato quem somos.


Eu não sei como andam os seus dias por aí, mas eu sei que quando nos lançamos perante Ele, com um coração quebrantado, Ele nos livrará de uma vida vazia e sem sentido. Revelando o seu perdão e graça em cada estação vivida.

1 Comment


Perfeito, é para mim com mil emoções a espera da 2 filha , amei ler

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