Chegamos aos sete meses. Nesse período, eu repeti muitas vezes que estava difícil me arrumar para sair, porque nenhuma das minhas calças jeans me servem.
Na verdade, muitas das minhas roupas estão paradas, aguardando o dia em que voltarei a caber nelas, enquanto algumas mulheres que conheço, estão por aí, recém paridas, desfilando sua calça jeans pré gravidez, caindo como uma luva.
Mas repeti muitas outras coisas em diferentes momentos da minha maternidade. No início, eu vivia justificando o fato do meu filho regurgitar muito em alguns momentos; depois, expressava minha triste incapacidade de amamentação exclusiva, diante de mulheres que estocavam leite para dar e vender, e culpei a fórmula de tudo de ruim que meu filho veio a ter depois de começar a usar.
Recentemente, na introdução alimentar, me vi insatisfeita com meu filho comendo apenas frutas, enquanto bebês da mesma idade, desfilavam pratos cheios de variedades na minha timeline.
Ah, a “sina” da comparação é uma maldição, mas ela só tem espaço, porque não estamos guardando o nosso coração.
Recentemente, um amigo pastor nos lembrava das palavras de Jesus: “A boca fala do que o coração está cheio”. Logo me dei conta de que a maternidade também reflete do que está cheio o nosso coração, e como o meu estava cheio de coisas ruins!
Quando olho para muito do que eu disse, sozinha, ou para outras pessoas nesses meses, percebo que minhas palavras refletem, não somente um tipo de descontentamento contínuo, mas também uma grande incredulidade. Me vi incrédula como nunca havia me percebido nesses muitos anos de caminhada cristã; os muitos medos, ansiedades e angústias que vivi, nada mais foram do que a exposição de quão pequena é minha fé e isso foi exposto também em muito do que saiu da minha boca. Quanto desgaste desnecessário, quanta paz perdida, mesmo tendo um mar de graça sempre disponível!
Mas é assim, quando nosso coração não está preenchido em Deus, nossa boca e nossa timeline destila o rei da vez em nossa alma. Talvez o rei atual em muitas de nós, seja a vaidade de se vangloriar em coisas banais, que em nossa opinião mostram quão boa mãe somos ou o quanto estamos tirando de letra essa coisa toda de maternidade. Quem sabe o soberano atual, seja como o meu: um tipo de rei carrasco, que coloca um fardo cada vez maior nas costas da súdita.
Seja lá o que for que permeie nossa maternidade hoje, é importante se perguntar o que ela anda falando sobre o que está em nosso coração, por que disso irá depender a conclusão se estamos no caminho certo ou não: o de glorificar a Deus em nossa maternidade.
Mas calma, isso não quer dizer que não passaremos por momentos de incredulidade, medo, ansiedade, vaidade ou orgulho nessa caminhada; significa que estaremos guardando nosso coração quando formos capazes de tirar a coroa de um desses usurpadores e, juntamente com eles, nos humilharmos ao Rei e Senhor de nossas vidas.
Então, nossa maternidade falará do Deus maravilhoso que, em graça, escolheu reinar em terras tão áridas e sedentas.
Maravilhoso!
Só li verdades 🥹🫶🏻